Na última quinta-feira (26), quarenta e três produtores, técnicos da Emater e Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Fernandes Pinheiro participaram do 25º Encontro Estadual de Produtores de Cebola, realizado em Contenda – Paraná. A abertura do evento, que reuniu mais de oitocentos agricultores, foi prestigiada por autoridades como o secretário de estado da Agricultura, Norberto Ortigara, o presidente da Emater, Rubens Ernesto Niederheitmann, vice -presidente da Fetaep, Marcos Júnior Brambilla, o presidente do Iapar, Florindo Dalberto, o diretor-técnico da Emater, Paulo Hidalgo, e o gerente regional deste Instituto, Sérgio Guarienti. Dentre os assuntos das palestras da programação, esteve o manejo ecológico do solo e plantas de cobertura, e manejo tradicional na cultura da cebola. Outra palestra em destaque foi tendências e perspectivas da próxima safra. Além disso, foi debatida a cultura da cebola como alternativa de renda para o jovem rural, e a presença da juventude na agricultura familiar. O secretário Ortigara, em sua conversa com os produtores, destacou a importância da participação deles em eventos técnicos como aquele realizado no dia. "A economia do País vive um momento difícil. Por isso, se não podemos definir o preço dos produtos tirados de nossa agricultura, isso quem faz é o mercado, precisamos ser competentes para manejar bem as tecnologias disponíveis e baixar custos. Fazer isso para aumentar produtividade, tirar mais quilos de cebola por hectare, mais qualidade e sanidade. Enfim, usar boas práticas de cultivos que preservem os nossos recursos naturais... E isso só é possível com a capacitação técnica que podemos buscar em ocasiões como essa aqui hoje". A secretária de Agricultura e Meio Ambiente, de Fernandes Pinheiro, Adriana Pioski, comenta que é “muito importante a participação dos agricultores em eventos dessa natureza, pois além de conhecerem novas técnicas de manejo eles tem a possibilidade de aplicá-las em suas propriedades. O aprendizado possibilita o barateamento do custeio e a possibilidade de ampliar a produção com mais qualidade”, observa. PRIMEIRO ENCONTRO O primeiro Encontro Estadual de Produtores de Cebola foi realizado em 1990. Na safra colhida naquele ano, o Paraná colheu 27,6 mil toneladas do produto, com produtividade média de 5 mil quilos por hectare. Na colheita feita no final de 2013 e início de 2014, a produção total chegou a 135 mil toneladas e produtividade de 23,1 mil quilos por hectare. Segundo o engenheiro agrônomo Iniberto Hamerschmidt, coordenador estadual do projeto Olericultura, da Emater, o panorama da cultura mudou no Estado graças a introdução de novas tecnologias e racionalização no uso dos diversos insumos. "Tecnologias que os encontros técnicos ajudaram a divulgar. Criando a oportunidade para os produtores trocarem experiências entre eles e abrindo espaço para profissionais de órgãos de pesquisa sobre a cultura apresentar para esse público o resultado do trabalho feito em seus laboratórios e campos experimentais". Entre as tecnologias difundidas nesse período, estão em destaque a irrigação, hoje adotada por cerca de 30 por cento dos produtores paranaenses e que aumenta a produtividade da cultura em até 40 por cento. O plantio e a semeadura diretos na palha foi outra prática divulgada e que além de melhorar os ganhos de produtividade reduz custos de produção. O Paraná tem cerca de 6 mil famílias de agricultores que se dedicam ao cultivo da cebola. Segundo Hamerschmidt, a atividade acaba tendo ainda uma importância social muito grande porque é assumida, na maioria das propriedades, por mulheres ou filhos de agricultores. "É interessante que essa experiência acaba estimulando o espírito empreendedor desses membros da família. Lembrando que as atividades econômicas exercidas na propriedade rural geralmente são administradas pelo chefe da família, que é o pai", comenta. O IBGE registra que, em 2013, o Brasil produziu 1,44 milhão de toneladas de cebola. Os maiores produtores nacionais são Santa Catarina e São Paulo. O Paraná reveza com Minas Gerais e Rio Grande do Sul a terceira posição, colhendo aproximadamente 11 por cento da safra brasileira.